O organismo nanotecnológico

Nosso corpo, nosso organismo, é um intrincado sistema formado pela interação de inúmeras nanopeças, normalmente chamadas de “proteínas”. Proteína é o nome dado a uma classe de moléculas formadas a partir de subunidades protéicas (outras peças menores) bem definidas e abundantes no universo. O total dessas subunidades que usamos para formar nosso organismo é de número 22 – são os aminoácidos. Assim, cada proteína responsável pela formação de nosso corpo é o produto da combinação desses 22 blocos básicos, ainda menores que as proteínas, encadeados nas mais diversas combinações virtualmente sem limite de tamanho.

Interessante é notar que cada aminoácido somente pode ser encaixada entre outros 2, de forma que o encaixe de várias peças resulta num um encadeamento linear – uma fita.

Cada uma dessas 22 peças possui propriedades (a)elétricas ou de carga, (b)magnéticas, (c)plásticas e (d)conformacionais diferentes de modo que os particulares concatenamentos produzem um número infinitamente virtual de novas “peças” que podem interagir entre si formando eficientes mecanismos. A combinação variada entre os 22 aminoácidos que formam nosso organismo é usada para a criação de nanopeças, que por sua vez formam nanomáquinas – máquinas de tamanho nanométrico que cumprem, dentro do nosso organismo e de nossas células variadas inúmeras funções.

Aqui é um exemplo de uma nanomáquina responsável pela duplicação da molécula de DNA. Note como o conjunto molecular atua harmonicamente. A interação entre o substrato genético e a máquina replicadora muda a conformação da própria máquina, que por sua vez muda a conformação e disposição do próprio substrato gerando um ciclo. É um processo cíclico, dialético e convergente – ou seja, um processo em espiral.

Todo o nosso corpo é assim. Mas não achem que somos apenas esse conjunto de intrincados mecanismos, uma mera e multifuncional engrenagem. Só quero chamar atenção aqui para o elevadíssimo grau de tecnologia envolvida na manifestação de nossos corpos nessa nossa realidade consensual.

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